Startups que superestimam o seu valor
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Yahoo, Slack, Snapchat
Start ups que superestimam o seu valor
Porque algumas startups não vendem a empresa no momento que estão bem no mercado?
São conhecidas algumas histórias de startups que se prenderam a ideia e não venderam no momento em que o mercado tinha interesse em comprar, e por esse motivo ou venderam com um valor bem mais baixo ou acabaram tendo sua ideia copiada por outras empresas maiores. Abaixo seguem algumas dessas histórias:
Yahoo
O Yahoo foi fundado em 1994 através da união de esforços de Jerry Yang e David Filo, na época estudantes da Universidade de Stanford, para catalogar sites interessantes. O sucesso veio rápido, e a companhia se tornou a primeira empresa baseada na publicidade online bem-sucedida. Apenas dois anos depois de sua criação, a avaliação de mercado do Yahoo já era de US$ 848 milhões.
Os problemas começaram depois de um grande crescimento seguido por uma série de oportunidades perdidas. Para se ter dimensão dos negócios dispensados pelo Yahoo, em 1997 a companhia teve a chance de comprar o projeto de ferramenta de buscas do Google por US$ 1 milhão. O que aconteceu? O Yahoo recusou, e atualmente o Google vale mais de US$ 500 bilhões.
Outro negócio dispensado pelo Yahoo foi nada menos que o Facebook. É isso mesmo! Em 2005, o negócio estava praticamente fechado para a compra da rede social pelo valor de US$ 1 bilhão, mas Terry Semel, então presidente-executivo do Yahoo, quis pressionar a negociação e ofereceu US$ 850 milhões - mesmo tendo sido autorizado pelo conselho de diretores a fazer uma oferta de US$ 1,2 bilhão. Resultado: as negociações cessaram.
Mas as maiores dificuldades tiveram início em 2007, depois que a empresa perdeu espaço justamente para o Google e o Facebook. De lá para cá, pelo menos cinco presidentes-executivos assumiram a liderança da companhia na tentativa de retomar o crescimento. A última aposta foi Marissa Mayer, que entrou no cargo em 2012. De acordo com o jornalista Nicholas Carlson, no livro Marissa Mayer and the Fight to Save Yahoo!, "todas as vezes havia uma infusão de euforia e esperança de que talvez desta vez a pessoa certa viria".
Transação
Apesar de toda a queda nas receitas nos últimos tempos, foi somente neste ano que o processo de venda ganhou força. Após o recebimento de uma série de propostas, o Yahoo acabou concordando em fechar negócio com a Verizon, mesmo que o valor ofertado não tenha sido o maior entre as companhias concorrentes. Vale ressaltar que a Verizon adquiriu os negócios de e-mail, conteúdo, divisão de propaganda e o buscador do Yahoo, ficando fora da tramitação a participação da companhia no grupo chinês de comércio eletrônico Alibaba e no Yahoo Japan.
A ideia é que a compradora crie forças no mercado de publicidade online, numa tentativa de conseguir concorrer diretamente com gigantes como o Google e o Facebook. Para isso, a Verizon planeja fundir as operações do Yahoo e da AOL, anterior rival e outro portal pioneiro da internet.
O plano parece fazer sentido, pois, apesar da popularidade do Yahoo ter diminuído no Brasil, nos Estados Unidos os sites ainda são bastante vistos. Dessa forma, a operadora de telecomunicações poderá juntar páginas com grande número de acessos a uma infraestrutura tecnológica capaz de utilizar dados dos usuários para criar campanhas personalizadas.
Outro ponto que despertou interesse da operadora norte-americana na transação foi a audiência do Yahoo, que conta com mais de 1 bilhão de usuários por mês, sendo 60% de plataformas mobile. Levando em conta que a AOL tem cerca de 500 milhões de usuários, não é surpresa que o grupo, unindo forças, possa ter resultados ainda melhores.
Pensando nisso, a aposta da Verizon é investir no setor mobile para integrar sua divisão de conteúdo e publicidade digital. Assim, a transação compõe uma estratégia da operadora de atingir 2 bilhões de usuários e US$ 200 bilhões de faturamento até 2020.
Com foco em publicidade digital, a expectativa é de que a compra dos ativos do Yahoo impulsione os negócios de internet da AOL, já que a união dá à Verizon um dos maiores portfólios em mídia, somando mais de 25 marcas. Dessa forma, as marcas de conteúdo do Yahoo serão somadas com veículos importantes, como o The Huffington Post, TechCrunch e AOL.com.
De acordo com Lowell McAdam, presidente executivo da Verizon, “a aquisição irá colocar a Verizon em uma posição altamente competitiva como uma empresa entre as líderes de mídia mobile e ajudará a acelerar nosso faturamento em publicidade digital”.
A previsão é de que a aquisição dobre o negócio de publicidade da Verizon, que ficará responsável por 4,5% do setor nos Estados Unidos. Claro que o número ainda não é suficiente para brigar com o Google, que tem 36% do mercado, ou com o Facebook, com 17%, mas a novidade permite que o mercado se torne, pelo menos, mais competitivo.
Ainda é cedo para saber os resultados da transação, mas Marissa Mayer, que pretende continuar na companhia, afirma que há poesia em todo este cenário. "O Yahoo e a AOL popularizaram a Internet, o e-mail, a pesquisa e o conteúdo em tempo real. [...] É poético estar juntando forças com a AOL e a Verizon quando entramos no nosso próximo capítulo concentrados no setor móvel."
Snapchat
O Snapchat é uma rede social de mensagens instantâneas voltado para celulares com sistema Android e iOS criada e desenvolvida por Evan Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown, estudantes da Universidade Stanford. O app pode ser usado para enviar texto, fotos e vídeos e o diferencial é que este conteúdo só pode ser visto apenas uma vez, pois é deletado logo em seguida, se "autodestruindo" do app. A natureza efêmera do aplicativo fez com que a rede social ficasse popular entre os jovens da chamada geração Millennials (nascidos entre 1980 e 2000), que podem usá-la para compartilhar material que os usuários não gostariam que fosse copiado para outros locais.
Desde 2012 o criador do Facebook tenta competir com o Snapchat, sem sucesso. Após tentar comprar o App também sem sucesso o Instagram, aplicativo comprado pelo Facebook por $1 bilhão em 2012, ganhou recursos muito semelhantes ao Snapchat. Na verdade, é quase uma cópia idêntica.
Ao que parece, Zuckerberg não se conforma com o crescimento rápido e expressivo da empresa do fantasminha e ainda se ressente por não ter conseguido compra-la, há alguns anos.
A história do Snapchat se cruza com a de Mark Zuckerberg em 2012, quando o criador do Facebook lança o aplicativo Poke, numa tentativa de enfrentar a concorrência. Não funcionou e algum tempo depois o aplicativo deixou de existir.
Em 2013 aconteceu o grande capítulo dessa disputa, quando Mark fez uma oferta de U$ 3 bilhões pelo Snapchat. O valor oferecido era U$ 1 bilhão acima do valor de mercado da empresa na época e mesmo assim foi recusado por Evan Spiegel, CEO do Snap.
Diante desse cenário, Zuckerberg usou uma nova arma: lançou o Slingshot, aplicativo com funções parecidas com as do Snapchat. Teve o mesmo fim do Poke, fiasco total.
A primeira tentativa de vencer o Snapchat utilizando o Instagram foi em 2015, com a adição da função Direct, onde os usuários podem enviar mensagens direcionadas para apenas uma pessoa. O recurso foi bem aceito, mas ainda faltava alguma coisa.
Outro passo importante dado por Zuckerberg foi a compra do aplicativo MSQRD, que cria efeitos para selfies, recurso semelhante ao que está disponível no Snapchat.
Cansado dessa disputa em que sempre saiu perdendo, Mark decidiu: se não posso compra-lo e nem vencê-lo, a solução é copiá-lo. Para o seu lado do ringue trouxe o Instagram reforçado com a função Stories, que é exatamente a mesma função Stories do Snapchat. Agora as fotos e vídeos enviadas via Instagram somem depois de 24h.
Toda essa história traz um aprendizado importante para nós, empreendedores: um produto espetacular e inovador é capaz de competir com os gigantes da tecnologia, mas ao se apegar muito a respeito de uma ideia o empreendedor perde a oportunidade até para investir em novas ideias. A soma dos usuários de Facebook, Whatsapp e Instagram faz o Snapchat parecer pequeno. São quase 3 bilhões de usuários da turma do Zuck contra 150 milhões do fantasminha.
Slack
Slack, startup lançada em 2014 e avaliada atualmente em US$ 3.8 bilhões, foi criada para ajudar empresas a melhorarem sua comunicação interna, reduzindo a necessidade da troca de infinitos emails e da participação em diversas reuniões para tomar uma decisão.
Apesar de nova, a ferramenta possui como clientes empresas de todos os tipos, desde startups como a Pluga, até clássicos unicórnios, como o AirBnb, passando por times de desenvolvimento da NASA e do Departamento de Estado norte-americano.
Essa ferramenta não tem uma usabilidade tão boa. E para algumas empresas acaba não sendo útil, pois já tem outra ferramenta para um canal de comunicação.
O app já teve ofertas de compra pelo Facebook, mas não aceitou. Agora vamos aguardar qual será o destino desse App no mercado.
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